Cidade dos meninos
Contaminação ambiental e providências
A toxicologia ambiental se refere a
substâncias que podem apresentar prejuízo para o meio ambiente físico e/ou
biológico com efeitos maléficos para a saúde humana. O trabalho investigativo visa
identificar essas substâncias e quantificá-las. Cabe ainda a comparação dos
níveis ambientais com aqueles preconizados em “guidelines” para que laudos
conclusivos possam ser apresentados a fim de tomadas de decisões e
providências.
As substâncias presentes na fábrica desativada em Duque de
Caxias (RJ) foram investigadas no que diz respeito à sua capacidade de promover
contaminação ambiental e a possibilidade de produzir uma rota de exposição para
uma população humana qualquer. Para a exploração dessas possibilidades, o
primeiro dilema a ser resolvido era a determinação do elenco de substâncias a
serem investigadas. Determinadas as
substâncias e seus derivados, foram procedidos exames no solo, no ar (poeira),
na água subterrânea e em alimentos.
Os
resultados obtidos na região estudada acusaram diversos níveis perigosos de
substâncias como o HCH (hexaclorociclohexano) e seus
isômeros; DDT e seus metabólitos; triclorobenzenos;
triclorofenóis; e dioxinas e furanos.
Outra avaliação importante foi o
levantamento da rota de exposição da população. Nesse ponto, verificou-se que o
solo e o alimento, particularmente o ovo e o leite, apresentam rota de exposição
real. Há risco potencial para a água subterrânea e o ar, uma vez que os dados
não forma conclusivos.
As providências a serem tomadas para
a contenção do impacto ambiental são limitadas.
Os organoclorados HCH e o DDT, por exemplo, não são biodegradáveis e
sofrem bioacumulação. Assim, permanecem por muito tempo no meio ambiente e na
cadeia alimentar, permitindo a magnificação trófica – processo de concentração tecidual
nos integrantes de diferentes níveis tróficos da cadeia alimentar. Além disso,
preocupam as diversas formas de dispersão da substância como pela poeira, vento
e chuva, atingindo populações distantes do foco principal. O importante nesse
caso, é a realização de manejo junto à comunidade que inclui, entre outras
medidas, a remoção de famílias e a interdição total ou parcial, de áreas de
alta contaminação. Ações educativas são importantes para que a comunidade tenha
consciência do problema e do risco potencial em questão.
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