Em
recente artigo, parece que o paradigma de que fomos colonizados por americanos
do norte cai. Dados que já vem sendo discutidos há alguns anos revelaram o que
os especialistas estadunidenses e europeus vinham reagindo negativamente: nossa
espécie chegou ao Brasil antes de passar pelo norte, há 22 mil anos. Os sítios
arqueológicos investigados no Nordeste, precisamente no Piauí, mostraram que
ali a datação dos fósseis confirmam uma data 7 mil anos anterior do que se conta
por aí da chegada dos primeiros seres humanos na América do Sul. Na versão
“oficial” (até então), os habitantes humanos do nosso continente apenas poderiam
ter chegado aqui pelo congelamento do Estreito de Behring, há 15 mil anos.
Quantas vezes disse isso em sala. Lembro-me que a aposta da chegada deles aqui
antes era ridicularizada, sendo que até alienígenas foram escolhidos como
transportadores dos primeiros humanos em época anterior a 15 mil anos. Mas como
eles teriam vindo? A teoria do corredor de gelo (no Estreito de Behring) não é
a mais sensata (e única)?
A possibilidade de tenha havido
navegação rudimentar em época tão remota ganha força. Não se pode adivinhar o
que houve mas algumas ideias estão sendo debatidas.
As banquisas de gelo é a primeira
possibilidade. Assim, vindos da Sibéria e mesmo da Europa, alguns indivíduos
podem ter viajado à deriva, cruzando o Atlântico e chegando na costa dos
Estados Unidos e Canadá. Daí, atravessaram todo o continente até chegar ao seus
destinos ao Sul. Longo caminho que poderia ser identificado em outros sítios arqueológicos. O tempo pode nos dizer alguma coisa com novas descobertas.
Uma navegação em mares quentes, no
Atlântico Sul, é uma outra possibilidade. Não há bons indícios de embarcações
feitas há tanto tempo atrás, mas há duas rotas possíveis para entender essa nossa interrogação. Uma rota direta
da África para o Brasil. Outra, de ilha em ilha a partir da Ásia. A última é a
minha preferida. Como essa “grande navegação” era improvável por diversos
motivos (ausência de tecnologia, distância, adversidades ambientais – como
ingestão de água, etc.), mas com o fato da presença deles aqui, penso que a
ideia proposta de curtas viagens sobre madeira de ilha em ilha, pode ter
trazido sim alguns indivíduos para nossa região.
Um
quebra-cabeça muito interessante para montar, não acham?
Um comentário:
Olá Professor Lasneaux, felicidades para toda sua casa!
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IRIVAN
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