Estou escrevendo um livro seriado para Biologia no ensino médio. Hoje pela manhã, em um raro momento de folga na escola, estava corrigindo um texto meu, segundo os comentários de uma de minhas editoras de texto paulistana. O texto que refiz era sobre o conceito de vida. Na visão norte-americana, a vida não deve ser definida e somente suas propriedades são identificáves como as capacidades de evolução, reprodução, hereditariedade e metabolismo. Lendo um texto recomendado por ela, de um professor da UFBA, Charbel Niño El-Hani, pude ampliar meus horizontes e verificar que vida pode ser definida. Os biólogos Humberto Maturana (1928-) e Francisco Varela (1946-2001) construíram uma teoria sobre a definição de vida, a teoria da autopoiese. A vida é um sistema autopoiético, ou seja, um sistema que produz a si mesmo. Trata-se de uma rede de produções de seus componentes que circularmente produzem outros que justificam os primeiros em um complexo de reações que justificam a organização final do sistema. Pode parecer complexo mas podemos entendê-la assim: certas estruturas são capazes de replicar, isto é, originar outras à sua semelhança. Essas por sua vez, comandam a síntese de outras, até que se chegue à primeira.
Definições à parte, a "vida" pregou-me uma peça, logo hoje que pensava sobre como defini-la. Já quase na hora do almoço, recebi de uma prima-sobrinha a notícia de que meu tio, irmão de minha já falecida mãe, morrera às 6 horas da manhã. Voltei a pensar sobre o assunto.
A vida de intuição tão simples, parece-me estranha. Alguns nascem, outros morrem. Alguns deixam marcas, outros deixam muitas marcas. Nós, os que aparentemente ficamos, analisamos tudo numa espécie de filme não-rodado o que cada um, como protagonista, fez. Cada história é repleta de marcas das quais lembramos mas um dia vamos esquecer, porque morremos, e nos deixamos "filmar" por outras pessoas, sempre as mais queridas por nós. A vida imita a arte, famosa frase do escritor irlandês Oscar Wilde.
E assim a vida segue.
4 comentários:
Parabéns pelo maravilhoso texto! O senhor escreve muito bem... Sinto muito pelo falecimento do seu tio. Estarei rezando por ele e por você!!
Ah Lasneaux, sinto mto pelo ocorrido.
Apesar da notícia, gostei mto do texto, assim como todos do blog (olho todos os diias!! ).
Só tenho a agradecer por poder ser aluna de um mestre tão excelente!
carinho,
Nohane.
P.s: EU AMO BRIÓFITAS! AHAUHUA
Nohane Miller disse...
Ah Lasneaux, sinto mto pelo ocorrido.
Apesar da notícia, gostei mto do texto, assim como todos do blog (olho todos os diias!! ).
Só tenho a agradecer por poder ser aluna de um mestre tão excelente!
com carinho,
Nohane.
P.s: EU AMO BRIÓFITAS! AHAUHUA
Muito obrigado!
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