segunda-feira, abril 21, 2008

O que é splicing?

Há uma tentativa natural de alguns colegas brasileiros de mudar o nome para algo mais nacional. Os candidatos à tradução são "editoração" e "processamento". No entanto, "splicing" tem revivido a história de alguns outros termos como "feedback" e "crossing-over", por exemplo.


O processo foi anunciado cientificamente em 1977. Tanto tempo sem conhecê-lo deve-se ao excesso de trabalhos, no início da biologia molecular, com os procariotos. Pouca coisa era investigada em eucariotos. Acontece, que o "splicing" só ocorre em células eucarióticas.


O "splicing" consiste na remoção de fragmentos de um RNA recém-sintetizado (chamado pré-RNA). Isso ainda se passa no núcleo (embora já haja indícios que possa se dar no citoplasma de neurônios). Esses pedaços removidos são chamados de íntrons. Os pedaços que persistem no RNA maduro são chamados de éxons. A remoção exige um complexo formado por 5 espécies de RNA e mais 50 proteínas. É chamado de spliceossomo, a máquina de excisão. Essa monstruosa parafernália reconhece início e fim dos íntrons, depois os unem, formando uma alça que então é cortada. Um íntron pode ter de 10 a até 100 mil nucleotídeos! O início e o fim do íntron ainda é um mistério. Mesmo com auxílio de computadores, as seqüências de reconhecimento pelo complexo ribonucleoprotéico (o spliceossomo) ainda é mal compreendido.






Cerca de 60% dos genes eucarióticos parecem sofrer "splicing". Não é uma unanimidade, como se vê. No início, o mecanismo foi visto como algo desnecessário. Hoje, olhamos para ele como uma grande justificativa para o alto potencial que os genomas eucarióticos apresentam. Como o nosso, por exemplo. Mas qual é essa vantagem?


O Projeto Genoma Humano identificou aproximadamente 24 mil genes. Cada um deles tem potencial para a produção de um RNA, seja mensageiro (a imensa maioria), transportador ou ribossômico. Acontece o nosso proteonoma (o acervo protéico) apresenta mais de 100 mil proteínas! Como se o número de informações (os genes) é bem menor? A resposta parece estar no "splicing". Observe o esquema abaixo.


Percebeu que o mesmo gene foi transcrito da mesma forma mas resultou em duas moléculas de RNA maduros diferentes? Cada uma delas resultará em dois polipeptídios distintos que poderão ter funções distintas em momentos diferentes, ou em células diferentes. Chama-se de "splicing" alternativo e parece ser o segredo do sucesso evolutivo do mecanismo. Senão seria um desperdício metabólico inexplicável. Bom, mas poderia ser essa a explicação. Às vezes ciência é um pouco confusa mesmo...

12 comentários:

Anônimo disse...

bom, tomara que achem um nome mais bonito(como diria o prof james..mais sexy)para esse processo e que ele nem sonhe em ser solicitado em algum vestibular por ai


nossa que chique eu estreante de comentários...

Anônimo disse...

o que ocorre com o rna após o splicing?

Anônimo disse...

Acho q eu posso ajudar. Junto com a retirada dos introns, o transcrito primário de rnam sofre outras alterações (adição de "anexos" nas extremidades 5' e 3') e se transforma em rnam "maduro". Ficando pronto para uma possível leitura no citoplasma da célula.

Anônimo disse...

Marcello,

Na replicacao do DNA quem quebra as ligacoes de hidrogenio entre as fitas originais é a enzima helicase; e no processo de transcricao, quem faz isso? a propria DNA polimerase?

Obrigada!

Anônimo disse...

http://super.abril.uol.com.br/revista/252/materia_revista_277128.shtml?pagina=1

Não tem muito a ver com splicing, mas é código genético... é fácil assim ver as possibilidades de doenças pelo exame do dna?
Acehi tão legal

Anônimo disse...

Marcellooooooooooooooooo,
Tem Splicing no livro novo sim!!!
Eu faltei essa aula, mas acho que não é tão difícil, né?!
Espero que não!!
=)

professor lasneaux disse...

Na transcrição, a RNA polimerase quebra as ligações de hidrogênio do DNA. Bons estudos!
Letícia, eu não havia visto. Que bom que tem alguma coisa! Bons estudos!

Anônimo disse...

Obrigada Marcello!

Anônimo disse...

A proteína X encontra-se inactivada em indivíduos com a doença Y .
Ao comparar os mRNAs de indivíduos que sofrem de doença Y com indivíduos saudáveis, verificou-se a falta um segmento interno de 173 nucleótidos nos doentes.
Seguidamente foram comparadas as sequências de DNA dos dois grupos e verificou-se que apenas existia diferença num único nucleótido, localizado num intrão do gene X.


1- Dá uma possível explicação molecular para o facto desta alteração num só nucleótido provocar a remoção de um segmento interno do mRNA.


2- Quais são as consequências da remoção de 173 nucleótidos do mRNA da proteína X?
como posso responder a esta questão?

Anônimo disse...

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